Amazonas
Chefe de facção é preso em operação da PF; Investigações apontam relação com massacre que deixou 55 mortos no AM
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“Zaqueu”, apontado pela Polícia Federal como chefe de uma facção criminosa atuante na Região Norte do país, foi preso em Salvador no último domingo (15). A prisão fez parte da 2ª fase da operação Sétimo Círculo, que investiga as atividades da organização criminosa, que envolvem tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios.
As Investigações do inquérito da PF, que ainda estão em andamento, apontam a ligação da facção no massacre que terminou com 55 detentos mortos dentro de presídios de Manaus, no fim de maio deste ano.
Em Salvador foi cumprido um mandado de prisão temporária e dois mandados de busca e apreensão no nome de “Zaqueu”. Ele é considerado o ”homem de confiança” do narcotraficante Zé Roberto fora do sistema prisional. A ação envolveu policiais federais lotados no Amazonas e na Bahia.
Os mandados foram expedidos por ordem do Juízo da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal no Amazonas, após deferimento de representação da Polícia Federal.
O suspeito foi localizado por policiais federais no último dia 15 de dezembro, em um shopping de Salvador, quando foi preso preventivamente. Este mandado foi expedido pelo Juízo da Vara de Execuções Penais de Manaus.
A investigação
O Inquérito Policial foi instaurado pela Polícia Federal no Amazonas, atendendo a requisição do Ministro da Justiça e Segurança Pública, após o massacre que terminou com 55 detentos mortos dentro de presídios de Manaus, no fim de maio deste ano.
As investigações focam na atuação de organizações criminosas no sistema prisional, no tráfico internacional de drogas e na lavagem de dinheiro.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que o massacre dos detentos foi executado em decorrência de disputas entre integrantes de uma mesma facção criminosa do Amazonas, que atua dentro e fora dos presídios na prática de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, homicídios e crimes correlatos.
Durante os trabalhos de investigação foram presos indivíduos de ambos os sexos que atuavam fora do sistema prisional, mas que eram ligados às duas principais lideranças em disputa pelo controle da facção criminosa.
Ainda de acordo com a PF, há indícios de que tais indivíduos se encontravam no centro da disputa e tiveram relação direta com o massacre.
Nas duas fases da operação houve o intercâmbio de informações entre os órgãos de Segurança Pública do Estado, em especial a Inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-AM) e a Polícia Federal.
Confira as ações e prisões, em ordem cronológica, da operação:
28 de junho
Prisão preventiva de um suspeito em Medellín, na Colômbia, em razão de mandado expedido pela Justiça Estadual do Amazonas e Difusão Vermelha pela PF/Interpol. O preso, de nacionalidade brasileira, portava uma identidade colombiana falsa. O processo de extradição está em andamento.
10 de julho
Prisão, em cumprimento a Mandado de Prisão Temporária expedido pela Justiça Estadual do Amazonas da esposa do narcotraficante João Branco, um dos chefes da facção criminosa. Ela foi presa em Guarulhos (SP), quando tentava embarcar em voo internacional com destino à Espanha.
26 de julho
Deflagração da 1ª fase da operação Sétimo Círculo em Florianópolis, com o cumprimento de três mandados de prisão temporária, dois de busca e apreensão, e a lavratura de cinco autos de prisão em flagrante. Nesta fase, as medidas foram cumpridas em ação conjunta de policiais das Superintendências da Polícia Federal do Amazonas, de Santa Catarina e da Polícia Civil do Amazonas. Na ocasião, foram presos a irmã e o cunhado de Zé Roberto, outro chefe da facção.
15 e 17 de dezembro
A PF deflagrou a 2ª fase da operação com o cumprimento a mandados de prisão e de busca e apreensão no nome do suspeito conhecido como “Zaqueu”, considerado homem de confiança de Zé Roberto fora do sistema prisional.
(G1)